Deus não existe (...) A salvação de todos consiste agora em provar essa ideia a toda a gente, percebes? Quem é que há-de prová-la? Eu! Não entendo como é que até agora um ateu podia saber que Deus não existe e não se suicidava logo. Reconhecer que Deus não existe e não reconhecer ao mesmo tempo que o próprio se tornou deus é um absurdo, pois de outra maneira suicidar-se-ia inevitavelmente. Se tu o reconheces, és um rei e não te matarás, mas viverás na maior glória. Mas só o primeiro a perceber isso é que deve inevitavelmente matar-se, senão o que é que principiaria e provaria?
Sou eu que me vou suicidar para iniciar e para provar. Ainda só sou deus sem querer e sofro porque tenho o DEVER de proclamar a minha própria vontade. Todos são infelizes porque todos têm medo de afirmar a sua vontade. Se o homem até hoje tem sido tão infeliz e tão pobre, é precisamente porque tem tido medo de afirmar o ponto capital da sua vontade, recorrendo a ela às escondidas como um jovem estudante.
Eu sou profundamente infeliz porque tenho medo profundamente. O medo é a maldição do homem... Mas hei-de proclamar a minha vontade, tenho o dever de crer que não creio. E serei salvo. Só isto salvará todos os homens e há-de transformá-los fisicamente, na geração seguinte; porque, no seu estado físico actual (reflecti nisso muito tempo), o homem não pode, de modo algum, passar sem o seu velho Deus.
Durante três anos procurei o atributo da minha divindade e achei-o: o atributo da minha divindade é a minha vontade, é o livre arbítrio. É com isso que posso manifestar sobre o ponto capital a minha insubmissão e a minha terrível liberdade nova. Porque é terrível! Mato-me para afirmar a minha insubmissão e a minha terrível liberdade nova.
Fiodor Dostoievski, in 'Os Possessos' (discurso do personagem Kirilov)
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Deus não existe mesmo!
Madre Teresa de Calcutá duvidava da existência de Deus. Existem cartas pessoais em que a missionária, de origem albanesa, manifesta profundas dúvidas sobre a existência de Deus. A crise de fé teria durado 50 anos. Em público, Madre Tereza tinha um sorriso permanente, mas as cartas reflectem uma grande dor espiritual. Umas semanas antes de receber o Prémio Nobel da Paz, em 1979, confessa numa das cartas o seguinte: “Sinto um vazio e um silêncio tão grande que eu olho e não vejo, ouço e não escuto, a língua move-se e não falo”. Numa outra carta diz: “condenados ao inferno sofrem um castigo eterno porque perderam Deus. Na minha própria alma sinto uma dor enorme com esta perda, sinto que Deus não me quer, que Deus não é Deus e que, na realidade, não existe”.
Muitos textos foram guardados contra a vontade da religiosa, que pediu que fossem queimados após sua morte. No entanto, o Vaticano preservou os textos como possíveis relíquias.
Madre Teresa de Calcutá está actualmente reconhecida
como beata, o segundo de três passos para a santidade de acordo com a igreja católica.
E sabe com quem acontece isto? Com todo mundo. Ateus, crentes, cépticos, põem sempre a dúvida da existência de Deus.
Após mais de dois mil anos de preocupação a este respeito, o problema da liberdade de vontade estaria agora finalmente resolvido.
Devemos de procurar a nossa liberdade de vontade.
Se parassem de tentar provar se Deus existe ou não certamente outro mito surgiria para tomar o seu lugar... Somos pessoas curiosas... Como tal, procuramos criar coisas que, em teoria, ultrapassam o que conhecemos... E como consequência passamos séculos de volta do dilema da existência ou da não existência de Deus(Todo o ateu tem uma parte que quer acreditar... E todo o crente tem uma parte que quer duvidar)... O verdadeiro ateu esqueceria a questão por completo.
E isso não é só verdade, no que diz respeito a religião e crenças esotéricas, é também um mal de grande numero de "academicos", que na sua bagagem de conhecimentos muitas vezes se fecham, vergam ou cingem-se as formas antigas... Diminuindo assim o risco de errar (sozinhos)... Digamos que seus olhos envelhecem, pois não veêm com eles, mas atravez deles veêm com o olhar apreenderam de outrem! Aprendem, decoram, reformulam ideias que são partilhadas á decadas ou centenas de anos, quando não mais...
Infelizmente é mal que dura e sempre estara presente...
Muita gente mascara uma intelegencia "superior", com um conhecimento "superior"...
Pois embora interligados e dependentes, são na sua natureza diferentes um do outro!